Um cachorro foi morto na frente de toda a família em São Francisco de Itabapoana, no Norte Fluminense. As imagens foram gravadas pela própria esposa do homem suspeito de agredir o animal. As imagens estão circulando nas redes sociais.
“Olha só o que que o meu marido, que agora é ex, acabou de fazer com a cachorra. Matou a cachorra, ensanguentou tudo, olha. Matou a cachorra, 'essezinho' aqui. Esse sujeito aqui. [Aponta para o homem]. Olha o sangue na cabeça dele aqui. Isso é pra todo mundo ver. Olha o estado da minha avó que tem pressão alta. E a cachorra morta”, diz a mulher, indignada.
O crime teria acontecido porque a cadela Lili teria mordido o pé do homem por se assustar com ele. A cachorra pertencia aos avós da ex-esposa, pois decidiu se separar dele. A família tentou conter a fúria do homem, mas não conseguiu segurá-lo e ele bateu com a cabeça do animal diversas vezes na parede, o jogou para cima e pisou no corpo dele.
O vídeo mostra a dona da cachorra chorando com o corpo do animal no colo.
O caso foi registrado na delegacia do centro de Campos dos Goytacazes, mas será investigado pela delegacia de São Francisco de Itabapoana. A família afirma que a cadela era a companhia da idosa, que sofre de pressão alta, e do marido dela, que sofre de Alzheimer.
“Eu não imaginava que ele seria capaz disso. Eu imaginava que ele iria colocar a cachorra na rua, mas não matar na frente do meu filho de dois anos, na minha frente, na frente da minha mãe e dos meus avós. Eu estou acabada” destacou Larissa Porto, que gravou as imagens.
Matar cachorro - ou qualquer outro animal - é crime. Não importa se o animal é doméstico, domesticado, silvestre, nativo ou exótico.
O que trata disso é o artigo 32 da Lei dos Crimes Ambientais, de 1998. A lei prevê detenção de três meses a um ano, além de multa, para quem "praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar" qualquer tipo de animal. Se houver a morte do bichinho, a pena aumenta até um terço.
Esse mês, a morte de um outro cão ganhou repercussão. Vídeos mostram Manchinha, como o animal era conhecido, perseguido pelo segurança do supermercado Carrefour, em Osasco, na Grande São Paulo. O homem usa uma barra de ferro pontiaguda para espantar o animal.
O animal foi levado ao Departamento Animal de Osasco, onde chegou “desfalecido e agonizando”, segundo o boletim de ocorrência do caso. De acordo com a veterinária que o atendeu disse à investigação, Manchinha morreu em decorrência de hemorragia.
A polícia ainda apura o que teria levado o cachorro à morte: se um corte na pata traseira do cachorro causado pela barra usada pelo segurança; um enforcador usado pelo funcionário da prefeitura para laçar o pescoço do bicho, asfixiando-o, ou ainda se ele foi envenenado ou atropelado, segundo ativistas. Outra possibilidade é a somatória de algumas dessas hipóteses.
Em depoimento, o segurança da empresa terceirizada que presta serviços ao supermercado é investigado por suspeita de maus-tratos. Em depoimento, ele confirmou que bateu no animal, mas não quis feri-lo.