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Exame negativo prolonga 'mistério' de criança que não cresce em SP

Suspeita que o menino tivesse a Síndrome de Silver-Russell foi descartada. Erick possui peso, altura e aparência de um bebê de menos de um ano.

Data: Sábado, 22/12/2018 21:06
Fonte: G1

O desenvolvimento tardio do menino Erick Figueiredo, de dois anos e nove meses, ainda não foi esclarecido. Ele, que mora em Santos, no litoral de São Paulo, parou de crescer normalmente aos três meses. Erick possui peso, altura e aparência de um bebê de menos de um ano. A suspeita inicial, de síndrome de Silver-Russell, foi descartada, já que o exame deu negativo. Agora, os pais continuam sem saber porque o menino não cresce como as outras crianças.

Desde os primeiros meses de nascimento do menino, a família tenta desvendar a falta de desenvolvimento de Erick. Hoje, com dois anos e nove meses, o menino pesa 6,5 kg e mede apenas 68 cm. "Ele não anda e não fala por causa da estrutura do corpo dele. Não tem como eu obrigar que ele ande. Os atrasos são devido a isso. É tudo mais lento", afirma a mãe dele, Mariana Figueiredo, de 21 anos.

Após passar por vários especialistas, o menino foi atendido pela médica Mirlene Cernach, do Ambulatório de Genética da Unimes. Ela é especializada em genética e em anomalias congênitas no período perinatal e genética clínica. A médica fez uma avaliação clínica e pediu o teste molecular da Síndrome Silver-Russell.

A Síndrome é caracterizada, principalmente, por grave retardo de crescimento intrauterino, que persiste no pós-natal. A criança apresenta baixo peso, estatura pequena, além de assimetria corporal e a face pequena e triangular. Além do atraso no aspecto físico, crianças com a síndrome também podem apresentar retardos no desenvolvimento motor e cognitivo.

O teste foi realizado no fim de setembro. Uma amostra de sangue do menino foi enviada para São Paulo para análise. O exame ficou pronto apenas agora. “Deu negativo. A médica nos encaminhou para o Hospital da Criança, em São Paulo. Já demos entrada com os documentos na Policlínica, em Santos, e estamos aguardando. Lá (São Paulo), tem todas as especialidades e outros exames que podem ser feitos, tem mais recursos”, explica a mãe de Erick.

O resultado negativo do exame fez a família voltar ao ponto inicial da investigação sobre o desenvolvimento do menino. Os pais, porém, não pretendem desistir. “Ele deu uma crescidinha, está espertinho. Essa Síndrome era a única que se encaixava no perfil dele mesmo. Mas, uma hora vão ter que descobrir o que ele tem, se ele está assim desse jeito alguém tem que descobrir”, afirma Mariana.

 
Mariana e Erick, em casa — Foto: Mariana Figueiredo/Arquivo PessoalMariana e Erick, em casa — Foto: Mariana Figueiredo/Arquivo Pessoal

Mariana e Erick, em casa — Foto: Mariana Figueiredo/Arquivo Pessoal

 

Histórico

 

Erick é o primeiro filho da estudante Mariana Figueiredo, de 21 anos. Ele nasceu aos sete meses de gestação, no dia 21 de março de 2016, no Hospital e Maternidade Dr. Silvério Fontes, em Santos. “A minha gestação foi normal. Quando estava no sétimo mês da minha gravidez, a minha bolsa acabou rompendo e eu fui para o hospital correndo. Na época, consegui segurar cinco dias para ter o Erick. Só depois disso ele nasceu”, conta.

Com apenas 39 centímetros e pesando 1,450 kgs, Erick precisou ficar em uma das incubadoras do hospital. Ele permaneceu internado durante quase dois meses. Erick se desenvolveu como um bebê normal até os três meses de vida, quando a mãe reparou que o menino vomitava com frequência e tinha muitas dificuldades para ganhar peso.

“Fomos ao gastroenterologista. O diagnóstico foi de refluxo. Ele passou o remédio e cessaram os vômitos. Mas, o peso não estava progredindo”, conta Mariana. A mãe também levou o menino a vários pediatras, e fez muitos exames que não apresentaram nenhuma anormalidade. Todos os médicos diziam que, por Erick ser prematuro, poderia se desenvolver de forma mais lenta.

Após ouvir várias opiniões diferentes, sem que nenhuma fosse conclusiva, Mariana resolveu esperar o menino completar seis meses e introduziu a alimentação sólida. Mesmo comendo bem, o garoto não crescia e nem engordava. Com um ano e seis meses. o menino pesava um pouco mais de 3kgs, o que passou a intrigar os familiares e os médicos.

 
Erick, que mora em Santos, tem o peso e a altura de um bebê de 1 ano — Foto: Mariana Figueiredo/Arquivo PessoalErick, que mora em Santos, tem o peso e a altura de um bebê de 1 ano — Foto: Mariana Figueiredo/Arquivo Pessoal

Erick, que mora em Santos, tem o peso e a altura de um bebê de 1 ano — Foto: Mariana Figueiredo/Arquivo Pessoal