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Após confronto, Bustamante aguarda diagnóstico para envio de reforço policial a Colniza

Data: Sábado, 05/01/2019 13:25
Fonte: Olhar Direto
Após confronto armado que resultou em duas mortes e sete feridos na manhã deste sábado (05), na propriedade do ex-deputado, José Geraldo Riva, Fazenda Agropecuária Bauru (Magali), em Colniza (a 1006 quilômetros de Cuiabá), o novo comandante da Secretaria de Segurança Pública (Sesp), Alexandre Bustamante, disse ao Olhar Direto que avalia a situação para saber se irá enviar reforço policial ao município.


“Estamos esperando chegar às informações para obter um diagnóstico, por enquanto, para saber quais medidas tomar. As unidades locais já estão tomando todas as medidas e vão passar para nós se irão precisar de algum reforço”, afirmou.
 
A Polícia Civil, por meio de nota, informou que uma equipe se desloca para a propriedade rural onde ocorreu o confronto armado. A Delegacia de Polícia de Colniza solicitou reforço da Gerência de Operações Especiais (GOE), da Polícia Civil, Ciopaer, da Secretaria de Segurança Pública, e peritos da Politec de Cuiabá para realizar os trabalhos de local de crime e necropsia.
 
Há três meses, cerca de 200 membros da Associação Gleba União haviam acampado nas proximidades. Eles afirmavam que só deixariam o local se Riva apresentasse um documento que comprovasse a posse da terra de 46 mil alqueires.
 
Na madrugada de hoje, os supostos invasores seguiram em direção à propriedade fortemente armados. Responsável pela segurança do local, profissionais da empresa Unifort revidaram as investidas dos suspeitos. Os membros da associação ainda teriam tentado atear fogo em uma caminhonete da empresa.
  
Há quatro meses, o Ministério Público Estadual, por meio da Promotoria de Justiça de Colniza oficiou o Governo do Estado sobre risco de conflito armado no local. A preocupação é que ocorra uma tragédia como a chacina de abril de 2017, na qual nove pessoas foram mortas naquela região. 

Em recente entrevista ao Olhar Direto, o proprietário da empresa de segurança, Unifort, João Benedito, disse que o risco de confronto era grande.  “A situação está crítica. Eu vim para Cuiabá para fazer um documento para mandar para a Secretaria de Segurança informando da real situação lá", ponderou, na época.

Em dezembro do ano passado, o juiz Carlos Roberto B. de Campos, da Segunda Vara Cível Especializada em Direito Agrário de Cuiabá, determinou uma reintegração de posse na fazenda. Um estudo do Comitê Estadual de Acompanhamento de Conflitos Fundiários de Mato Grosso comprovou a real situação da área e recomendou a participação de 20 policiais militares na desocupação. 
 
O magistrado também considerou que já havia um mandado de reintegração de posse relacionado a esta propriedade, contra o mesmo grupo, sobre a ocupação da fazenda. O mandado foi deferido no dia 31 de outubro de 2018, mas alguns ocupantes permaneciam no local.
 
Citada em delação

A fazenda em questão foi citada pelo  ex-governador do Estado Silval da Cunha Barbosa  em sua delação premiada. Ele declarou que negociou com o ex-deputado José Geraldo Riva a compra de uma fazenda pela quantia de  R$ 18 milhões no município de Colniza, denominada “Fazenda Bauru”. O delator disse que pagou apenas R$ 4,5 milhões neste contrato, pois a compra não foi para frente. Admitiu que  valor para a aquisição era oriundo de propinas do programa “MT Integrado.
 
Segundo ele, o contrato  fora elaborado em nome de terceiros. Riva, usou de sua empresa, a “Floresta Viva”, e Silval, colocou o primo de seu cunhado, Eduardo Pacheco. Isto porque, segundo o delator, a venda da terra lhe renderia ajuda, posteriormente.

A divisão, entretanto, não foi para frente. Eduardo Pacheco se arrependeu da ideia e, em cartório, registrou decisão unilateral de retirar seu nome do contrato. Diante disto, Silval combinou que Riva ficasse, por meio da empresa “Floresta Viva”, com 100% da “Fazenda Bauru”.

A posse da terra sequer foi transferida, pois o pagamento de R$ 18 milhões não fora quitado. Das quatro parcelas de R$ 4,5 milhões combinadas, apenas duas foram pagas, uma por Silval, uma por Riva, deixando o restante em aberto e a propriedade segue no nome da antiga proprietária.