Os quatro seguranças da empresa Unifort, presos em flagrante pela polícia em Colniza (1.016 km a noroeste de Cuiabá) após homicídio constatado na fazenda Bauru, área sob posse do ex-deputado estadual José Riva, foram soltos durante a noite de domingo (6) por ordem do juiz plantonista Alexandre Sócrates Mendes.
Na decisão o juiz afirmou que “a tragédia ocorreu por comportamento abusivo e ilegal dos posseiros” , que não respeitaram a decisão judicial que os impedia de chegar próximo aos limites da fazenda.
O magistrado ainda deixou consignado que o ordenamento jurídico autoriza o proprietário a exercer a autodefesa de seu patrimônio. Por tais razões, o juiz considerou o flagrante ilegal e relaxou as prisões.
Os vigilantes já estão soltos e tiveram que sair da delegacia escoltados pela polícia por receio de sofrerem emboscada.
Em contato do com a defesa dos integrantes da empresa de segurança Unifort, o advogado Valber Melo confirmou que ainda no domingo, durante a noite, os 4 vigilantes foram liberados.
O caso
A Polícia Civil realizou na madrugada de domingo a autuação em flagrante de 4 seguranças da Fazenda Bauru, local em que uma pessoa morreu e 9 ficaram feridas após suposto confronto agrário, na manhã de sábado. Detidos pela Polícia Militar, os funcionários contratados por Riva foram interrogados e afirmaram que reagiram a invasão da fazenda, realizada por posseiros supostamente armados.
Em depoimento, alguns dos feridos declaram que nenhum dos posseiros portava arma de fogo. De acordo com o delegado Alexandre Nazareth, “os elementos de informação produzidos pela perícia, até o momento, nos levam a acreditar que não houve confronto armado, pois só foram encontradas cápsulas de armas de mesmo calibre dos seguranças da propriedade”. Foram apreendidas 4 armas de fogo, sendo uma espingarda calibre 12, duas pistolas 380, e um revólver, calibre 38.
Os suspeitos foram autuados em flagrante por um homicídio consumado e 9 tentativas de homicídio.
A vítima fatal do confronto foi identificada como Elizeu Queres de Jesus, 38, e veio a óbito ainda no local, após ser atingida por diversos disparos de arma de fogo.
O confronto agrário entre posseiros e seguranças da Fazenda Bauru (antiga Magali) ocorreu no início da manhã de sábado (5).