A universitária Hya Girotto, de 21 anos, atropelada na frente de uma boate na região central de Cuiabá, em dezembro do ano passado, deve receber tratamento psicológico no hospital para saber da morte dos amigos. Segundo o irmão de Hya, Leandro Girotto, ela continua internada e já passou por quatro cirurgias.
A jovem é a única sobrevivente do acidente que matou outros dois jovens.
Também foram atropelados a estudante Myllena Lacerda Inocêncio, de 22 anos, que morreu no local, e o cantor Ramon Alcides Viveiros, 25 anos, que morreu após ficar uma semana internado.
Hya deixou o coma induzido, mas não consegue se lembrar do acidente. Segundo o irmão dela, os psicológos devem iniciar o acompanhento e, posteriormente, contar sobre a morte dos amigos.
A universitária já se alimenta via oral, se comunica com os parentes e consegue dar alguns passos.
Myllena de Lacerda Inocêncio morreu ainda no local de acidente. Ela e outros amigos estavam na Avenida Isaac Póvoas, em Cuiabá, por volta de 5h do dia 23 de dezembro, quando foram atingidos por um veículo.
Na sexta-feira (28), o cantor Ramon Viveiros, que estava internado em um hospital particular de Cuiabá, teve a morte cerebral declarada pela equipe médica.
A família decidiu cumprir o desejo de Ramon e doou os órgãos dele. Por conta dos procedimentos de retirada dos órgãos, o velório e cerimônia de cremação aconteceram somente no domingo (30).
A motorista Rafaela Screnci da Costa Ribeiro, que dirigia uma caminhonete, e causou o acidente responde em liberdade. Ela passou por audiência de custódia e pagou fiança de R$ 9,5 mil.
Ao ser detida, Rafaela se recusou a realizar o teste do bafômetro e exame de sangue. De acordo com a polícia, ela apresentava sinais visíveis de embriaguez.
Durante a investigação, a polícia teve acesso a ficha de consumação de Rafaela em uma casa noturna. Segundo o estabelecimento, ela teria entrado no local depois de 1h da manhã. Na lista de produtos aparecem seis garrafas de cerveja long neck.o, saiu do coma ao qual estava sendo induzida pela equipe médica, porém, não consegue se lembrar do acidente.
As informações, porém, não batem com a versão contada pela motorista, que alegou ter ingerido quatro latas de cerveja às 23h do sábado (22).
Na avaliação clínica feita três horas depois do atropelamento, entretanto, não foi constatado que ela estava embriagada.
Rafaela, que é professora substituta na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), foi autuada por homicídio culposo (quando não há intenção de matar) qualificado pela embriaguez e lesão de trânsito qualificada por embriaguez por duas vezes.