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Corpo do ator Caio Junqueira é velado no Rio

Ele sofreu um acidente de carro no Aterro do Flamengo no dia 16 de janeiro, e estava internado em estado grave no Hospital Miguel Couto, na Zona Sul do Rio.

Data: Quinta-feira, 24/01/2019 12:23
Fonte: G1

O corpo do ator Caio Junqueira está sendo velado no Cemitério São João Batista, na Zona Sul do Rio, desde a manhã desta quinta-feira (24). Ele morreu na quarta (23) no Hospital Miguel Couto, depois de ficar internado por uma semana após se ferir em um grave acidente de carro no Aterro do Flamengo.

O também ator Jonas Torres, irmão de Caio, chegou ao velório por volta de 12h15 muito emocionado e foi consolado por amigos e familiares. Ele mora na Califórnia e viajou assim que soube da morte para se despedir.

A atriz Mariana Ximenes lamentou a morte e homenageou o ator. Ela trabalhou com Caio em uma peça por mais de um ano, com a qual excursionou pelo país. "Foi a minha incursão no teatro carioca e a primeira pessoa que me acolheu. É muita dor. "

Louise Cardoso, que atuou na mesma peça com Caio e Mariana, lembrou de um episódio importante que a marcou. “Ele era leal e fiel. Ele fazia a peça e, durante a temporada, recebeu o convite para um filme, ia ganhar muito dinheiro. Ele não saiu. ”

Tonico Pereira também trabalhou com Caio no teatro e complementa o elogio das colegas. "Eu convivia com ele no teatro e ele nunca teve mau humor, ele sempre estava colocando a gente para cima. Foi um privilégio trabalhar com ele e viver esse período dele aqui entre nós. "

O ator Heitor Martinez destacou que achava o ator uma pessoa essencialmente forte. “Caio era uma força vital. Companheiro, sempre presente e amigo. ”

Lúcio Mauro Filho concordou e completou: "É uma ficha que cai aos poucos quando alguém morre assim tão jovem, com tanta energia, com tanta coisa por fazer. Ainda mais sendo o companheiro que ele era, dedicado, um grande companheiro de trabalho. Uma figura que não fazia nada pela metade".

“Um grande amigo, um grande colega, um grande parceiro. Que ele fique em paz, ao lado do Fábio”, disse o ator Danton Melo, muito emocionado.

Acidente

 

O ator dirigia sozinho pelo Aterro do Flamengo em direção ao Centro do Rio e perdeu o controle do carro, que subiu o meio-fio e bateu violentamente em uma árvore. Caio ficou preso dentro do veículo, desacordado, e foi retirado com uma fratura exposta.

Caio estava internado na unidade coronariana desde que chegou ao Miguel Couto. Entre os ferimentos, o ator sofreu um trauma grave no tórax e perdeu muito sangue.

Vídeo do acidente

 

Imagens de câmeras da prefeitura registraram o momento do acidente. No vídeo, o carro, aparentemente em alta velocidade, cruza a pista da direita para a esquerda, até subir o meio-fio.

A terra do canteiro central, que é gramado, levanta ao lado de uma área arborizada, que esconde o impacto do veículo em uma das árvores.

Na semana do acidente, amigos e colegas de profissão do ator pediram doações de sangue para ele em redes sociais.

Trajetória

 

O ator Caio Junqueira iniciou a carreira ainda criança e deixou um legado profissional extenso. Ao todo, ele participou de mais de 20 produções televisivas, além de 10 curtas e pelo menos 15 longas.

Caio de Lima Torres Junqueira nasceu no Rio de Janeiro, em 20 de novembro de 1976. Filho do ator Fábio Junqueira (1956 - 2008), ele é irmão por parte de mãe do também ator Jonas Torres.

Ele iniciou a carreira no teatro em 1984, aos 7 anos de idade. No ano seguinte, fez sua estreia televisiva ao lado de Diogo Vilela e Zezé Polessa no seriado "Tamanho família", da extinta TV Manchete. Naquele mesmo ano, também estreou no cinema, no filme "Com licença, eu vou à luta", de Lui Faria.

O primeiro trabalho na TV Globo se deu em um episódio do seriado "Armação ilimitada", de Guel Arraes, ao lado do irmão Jonas.

A partir daí, ele fez várias séries e novelas na emissora: "Desejo", "A viagem", "Engraçadinha, seus amores e seus pecados", "Hilda Furacão", "O clone", "Um anjo caiu do céu", "O quinto dos infernos" e "Chiquinha Gonzaga" estão entre seus principais trabalhos.

Caio sempre deu grande atenção ao cinema – foram 10 participações em curtas e pelo menos 15 longas. Em 1996, ele venceu o prêmio de ator revelação do Festival de Gramado pela participação no filme "Buena sorte", de Tania Lamarca.

O ator fez parte do elenco de "Zuzu Angel" e "Quase nada", de Sérgio Rezende, "For all - O trampolim da vitória", de Buza Ferraz e Luiz Carlos Lacerda, "O que é isso, companheiro?", de Bruno Barreto, além de "Abril despedaçado" e "Central do Brasil", ambos assinados por Walter Salles.

No entanto, não há dúvidas de que seu personagem mais marcante junto ao público foi o aspirante Neto, oficial recém-formado da Polícia Militar do Rio de Janeiro, no filme "Tropa de elite", de José Padilha.

Nos últimos anos, Caio participou de novelas e seriados na TV Record e na Fox Brasil. Seu trabalho mais recente foi o personagem Henrique Villa Verde, na série "O mecanismo", da Netflix, quando repetiu a parceria com o diretor José Padilha.