A empresária Priscila Mohn de Abreu, de 31 anos, denunciou um suposto golpe e alegou prejuízo de R$ 63,7 mil na compra de materiais com a empresa BMS Construções, para seu restaurante que deveria abrir no Shopping Estação, na Avenida Miguel Sutil, em Cuiabá. As partes haviam fechado o acordo no último dia 14 de novembro e a data de entrega estava prevista para o dia 30 do mesmo mês. Entretanto, até esta sexta-feira (25), apenas 20% do prometido foi cumprido pela empresa, sendo que 80% do valor total de R$ 70 mil teria sido pago.
De acordo com boletim de ocorrência registrado na 1º Delegacia de Polícia Civil, Priscila é proprietária do Restaurante Maria Cuiabana Bistrô e no dia 14 de novembro do ano passado havia fechado uma prestação de serviço no valor de R$ 76,7 mil com a empresa BMS Construções.
A empresa deveria fazer a instalação de um sistema de exaustão, ventilação, coifa, sistema de ar-condicionado, sistema SPK, central de alarmes, sistema de combate de incêndios e prateleiras de inox. A BMS Construções deveria entregar todo o material instalado no dia 30 do mesmo mês. Porém, somente 20% do prometido chegou a ser cumprido, sendo que Priscila havia feito o pagamento de 85% do valor total, que corresponde a R$ 63,7 mil.
A empresária acredita que foi vítima de um golpe, pois já teria tentado de todas as formas possíveis e legais a entrega e montagem dos produtos. Uma das proprietárias da empresa, Biana Silva, não estaria mais atendendo as ligações de Priscila e quando atendia, protelava desculpas.
Priscila então conseguiu contato com uma terceira pessoa identificada como Sebastian, que pedia mais dinheiro para finalização da obra. Com isso, a empresária foi até o endereço citado no CNPJ, mas descobriu que no local existe uma residência comum, sem nenhum tipo de fachada referente à empresa.
Sem a finalização da obra, a empresária vem pagando aluguel no Shopping Estação há dois meses e estaria impossibilitada de abrir o restaurante. A Polícia Civil deverá apurar o caso.
Outro lado
A reportagem entrou em contato no telefone que consta na ocorrência e conversou com Sebastian. De acordo com ele, a empresária não teria assinado contrato com a BMS Construções e nem com nenhum representante. Sebastian ainda acrescentou que teria fechado um serviço esporádico e que Priscila teria se recusado a assinar o contrato de prestação de serviços.
“É apenas a palavra, eu dei contrato para ela e ela não quis assinar. Outra coisa, ela deu entrada na obra ao equivalente a 25% e repassou vários cheques, que eu repassaria direto para meus fornecedores, para que eles fizessem o faturamento. Quando chegou lá, ela não me passou que o CNPJ dela tinha um registro”, disse.
“Do valor que ela deu, faltam apenas motores. Um falta instalar. Ela tem mais de 55% da obra [pronta]. Para ela alegar que tem só 20% da obra, ela me obriga a contratar um perito para avaliar a obra. A obra está pronta, faltam peças, motores e infelizmente ela não passou a real situação do CNPJ dela”, acrescentou.