Na manhã deste sábado (2), o refugiado sírio Elyan Sokkar colocou 90 sanduíches, 30 quibes e 30 esfirras no carro e partiu para Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, local que vive um pesadelo desde o dia 25 de janeiro quando uma barragem da Vale se rompeu.
“Eu queria fazer alguma coisa. A gente decidiu levar lanches. Comecei a dirigir e nem sabia direito para onde estava indo”, disse Sokkar.
Ele foi parar no Córrego do Feijão, distrito atingido pelo “mar de lama”. Lá, Sokkar encontrou voluntários que o ajudaram a entregar os sanduíches e salgados às famílias de vítimas e moradores.
“Eu queria abraçar o Brasil, como o Brasil me abraçou”, disse o comerciante. Sokkar fugiu da Síria em 2014. Na capital mineira, ele abriu uma lanchonete junto com o também refugiado John Eshak.
“Nosso país está arrasado pela guerra. Eu só queria fazer alguma coisa por este país que me recebeu. Vi as imagens na televisão. É tudo muito triste. Me lembrei de Hama, minha cidade natal. Queria abraçar o Brasil, como o Brasil me abraçou”, disse Sokkar.