Um bebê de 1 ano e 6 meses levou 14 mordidas pelo corpo em uma creche particular no seu primeiro dia de aula, disse nesta quarta-feira (6) a mãe, de 32 anos, que não quis se identificar. Ela registrou um boletim de ocorrência. O menino passou por exame de corpo de delito.
De acordo com a mãe, uma funcionária da escola ligou às 11h de segunda (4) informando que uma criança, colega de sala, havia mordido seu bebê. A creche lamentou o ocorrido e disse que prestou total apoio aos pais e ao bebê.
“Disse que não foi grave e não havia marquinhas. E me falou que a professora estava pedindo minha presença na creche. Saí do meu trabalho e fui lá, junto com meu marido. Era o primeiro dia de aula dele”, relata.
Ela disse que quando chegou na creche, o bebê estava sem chorar, mas acuado no colo da professora, que aparentava estar preocupada. Ao ver a cena, a mãe disse ter começado a gritar.
“Eu o peguei. A professora veio se justificando, dizendo não ter tido culpa, e que, em um momento, se virou por um instante e outra criança da sala mordeu ele. Vi três mordidas no braço direito e duas na bochecha direita. Quando virei ele de lado, vi mais hematomas no braço. Quase arrancou um pedaço dele. Meu filho estava todo inchado”, afirma a mãe.
Ela disse ter ficado desesperada e retirado o bebê imediatamente da creche. A mãe também levou a outra filha, de 5 anos, que também era matriculada na unidade.
“Fui direto para a delegacia fazer a denúncia e pedir providências”, diz a mãe, citando que foi ao Instituto Médico Legal para exame de corpo de delito.
Segundo ela, o filho teve ataques de pânico, chorou e bateu algumas vezes no próprio rosto quando já estava em casa.
“Fui para o Hospital da Criança onde deram um remédio para ele porque estava com o rosto e o braço muito inchados. Quero saber da creche o que realmente aconteceu com meu filho”, pontua.
A mãe também denunciou o caso no Conselho Tutelar. Ela disse que os dois filhos não retornarão à creche.
Segundo Augusto Valente, conselheiro tutelar, todas as medidas necessárias foram tomadas, inclusive no Ministério Público Estadual.
"Comunicamos a escola sobre o caso e a unidade tem o prazo de três dias para se manifestar. Caso contrário, poderá ser penalizada, conforme o artigo 236 do Eca [Estatuto da Criança e Adolescente]", declara Valente.
Ainda de acordo com ele, o bebê está muito machucado, por isso foi solicitado acompanhamento com psicólogo.
"Uma criança quando cai, se machuca e chora. E onde estava algum funcionário dessa creche que não viu isso. Foi negligência mesmo. Estamos indignados com essa situação", diz Valente.
De acordo com a direção da escola, o Conselho Tutelar pediu para que seja feito um relatório acerca do bebê mordido. O relatório, segundo a direção, já foi passado para o Conselho.
Ainda conforme a direção, o bebê foi machucado por uma criança, e no momento do ocorrido, uma professora estava com uma criança no banheiro e outra professora teria ido pegar água no refeitório da escola. Entretanto, finaliza a direção, foi prestado total atenção à criança e aos pais, e lamenta pelo caso.