O desaparecimento do ajudante de caminhoneiro Leonardo dos Santos Felipe, de 18 anos, que caiu no Rio Tietê após fugir do cativeiro durante um assalto na Grande São Paulo completou um mês no sábado (9).
Após 12 dias de buscas na água, o Corpo de Bombeiros decidiu encerrar os trabalhos alegando "que não tem mais o que ser feito". Segundo o comando, equipes já vasculharam todo o perímetro do rio em busca da vítima, mas, mesmo assim, nenhum vestígio foi encontrado.
Diante da decisão dos bombeiros, a família do jovem chegou a fazer o trabalho de buscas por conta própria. A tia de Leonardo, Leonice Felipe, contou que eles pagaram R$ 800 para alugar um barco e, assim, percorrerem cerca de sete quilômetros do rio, mas não obtiveram sucesso nas buscas.
Ao G1, Leandro dos Santos Felipe, de 23 anos, informou nesta segunda-feira (11) que a família está aflita e angustiada sem notícias de Leonardo.
"Penso nele o dia todo, tudo vem na minha cabeça, e não é justo o que aconteceu, não saber onde ele está. E se realmente aconteceu isso, não poder achar ele. Isso mata a gente por dentro. Eu não tenho vontade mais de trabalhar, mas tenho que ir. Fico em cima de um muro, de um lado a esperança e do outro a dor com saudade", desabafou Leandro.
Com relação aos suspeitos de envolvimento no assalto, a polícia informou que eles ainda não foram identificados. As câmeras de segurança do Rodoanel, onde Leonardo e o tio foram abordados pelo grupo, não registraram a ação.
Ainda segundo as investigações, algumas pessoas foram apontadas como suspeitas, mas o tio de Leonardo não reconheceu nenhuma delas ao ver fotos mostradas pela polícia.
Enquanto isso, a família de Leonardo segue na agonia de não saber ao certo o que aconteceu com o jovem. Leonice Felipe garante que a família só quer um desfecho dessa história, independentemente de qual for.
"A gente também está sem respostas. Não estamos tendo conhecimento de nada, respostas alguma. Ninguém entra em contato com a gente, ficamos na esperança de encontrar ele com vida ou sem vida, o que for. Só queremos uma resposta", disse a tia.
Leonardo era ajudante do tio, o motorista Nereu Duarte Felipe. No dia 9 de janeiro, os dois saíram da sede da empresa em que trabalham em Sorocaba (SP) para fazer uma entrega na Grande São Paulo.
À polícia, o tio contou que, na volta, quando estavam no Rodoanel, próximo ao município de Arujá (SP), dois carros passaram e os passageiros apontaram para o caminhão. Por isso, ele resolveu parar para ver se havia algo errado com o veículo.
Do acostamento da rodovia, ele e o sobrinho foram abordados por três homens que estavam em um carro branco. Um dos assaltantes assumiu a direção do caminhão, enquanto Nereu e Leonardo foram obrigados a entrar no carro dos assaltantes.
Depois, eles foram levados para um lugar abandonado, onde ficaram sob vigia de outros dois homens. Em determinado momento, o tio e o sobrinho conseguiram fugir do local, mas, como estava escuro, foram surpreendidos por uma área de várzea do Rio Tietê em meio ao matagal.
Nereu conseguiu passar, mas Leonardo, que segundo a família não sabe nadar, não conseguiu chegar ao outro lado da margem e até agora não foi encontrado. O tio conseguiu pedir socorro para uma pessoa que passava pelo local e foi levado ao hospital.
Segundo o irmão do jovem desaparecido, Leandro dos Santos Felipe, de 23 anos, os assaltantes sacaram dinheiro da conta de Leonardo no dia do assalto. A quantia de R$ 1,5 mil foi retirada na noite do dia 9 de janeiro, conforme um SMS que ele recebeu do banco.
Já o caminhão foi recuperado 12 horas depois do assalto, perto do lugar onde o motorista e o ajudante foram abordados. Ele estava carregado com caixas de cola para pisos de madeira e o material não foi roubado