Uma mulher, identificada apenas como I.J., que ficou mais de 24 horas internada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Sinop (480 quilômetros de Cuiabá), foi a óbito durante uma cirurgia para a retirada do seu bebê, que morreu ainda dentro de sua barriga. O fato foi registrado no último sábado (09), no Hospital Regional de Sorriso (397 quilômetros de Cuiabá).
A paciente estava internada há mais de 24 horas, em estado grave, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Sinop, sendo regulada para o Hospital Regional de Sorriso (HRS) no último sábado, suspeita de morte fetal.
Segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES), o transporte foi realizado por uma ambulância municipal, com o amparo de um médico e um enfermeiro. A paciente deu entrada na unidade hospitalar de Sorriso às 10h29, momento em que foi confirmada a morte do feto e realizado um procedimento cirúrgico de emergência.
Ainda segundo a secretaria, a gestante convivia com a Doença Hipertensiva Específica da Gestação (DHEG), também conhecida como pré-eclampsia, uma complicação que provoca risco de morte. Durante o intra-operatório, a paciente sofreu duas paradas cardiorrespiratórias e foi encaminhada para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) já com o quadro de morte encefálica.
Vale lembrar que o Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPE-MT) requer na Justiça bloqueio de quase R$ 3 milhões nas contas do Estado para que seja restabelecido o atendimento aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) do Hospital Santo Antônio, em Sinop (a 480 km de Cuiabá). O requerimento faz parte da ação civil pública que visa restabelecer a assistência nas áreas de obstetrícia, nefrologia, oncologia e UTI adulto do hospital.
Os serviços foram interrompidos na última sexta-feira (8) por conta do déficit gerado graças ao atraso de mais de três meses nos repasses de recursos financeiros por parte do Governo do Estado de Mato Grosso para a Fundação de Saúde Comunitária de Sinop.
O valor de R$ 2.974.341,32 a ser bloqueado é referente ao montante de repasses financeiros em atraso, novembro e dezembro de 2018. Segundo o promotor de Justiça Pompílio Paulo Azevedo Silva Neto, a dívida totaliza aproximadamente R$ 4,5 milhões.
Pacientes em estado grave na área de obstetrícia estão sendo encaminhados para as unidades das cidades de Sorriso e Colíder, próximas a Sinop. Porém, segundo o promotor, a situação é tão crítica que no último final de semana mãe e filho faleceram após um longo período de espera e a serem submetidos a procurar ajuda médica em Sorriso.