A Polícia Civil investiga se as agressões de Vinícius Batista Serra, de 27 anos, contra Eliane Perez Caparroz, de 55 anos, por quatro horas em um apartamento na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, teriam sido premeditadas.
Os dois se encontraram pela primeira vez na noite de sexta-feira (12) depois de oito meses de trocas de mensagens por uma rede social. Os vizinhos escutaram os gritos e alertaram a segurança do prédio. Um dos seguranças afirmou, em depoimento à polícia, que bateu na porta várias vezes e o suspeito gritou lá de dentro: “Se quiser, arrebente a porta!".
A prisão foi convertida de temporária em preventiva na última segunda-feira (18). Ele responde por tentativa de feminicídio e pode permanecer preso até o julgamento. A Justiça determinou que ele passe por uma avaliação psicológica.
Na versão apresentada aos policiais, ele afirmou que tomou vinho, dormiu e acordou em surto. A versão não convenceu a delegada responsável pelo caso, já que ele deu um nome falso – afirmou que se chamava Felipe - ao entrar no condomínio.
“Por que ele entrou utilizando o nome de Felipe já que o nome dele é Vinícius?”, destacou a delegada Adriana Belém.
Outro registro de agressão envolvendo Vinícius Serra foi encontrado. Ele aplicou golpes de jiu-jítsu em seu irmão, deficiente físico. O caso foi registrado em 2016 pelo pai dele, que contou que também levou um soco.
Internada em um hospital particular, Eliane deixou o Centro de Tratamento Intensivo (CTI) e foi levada para um quarto particular.
“Psicologicamente, ela ainda está desconexa. Em algum momento, ela começa a querer saber se foi culpa dela, se não foi, uma coisa natural dela”, explicou Rogério Perez, irmão da vítima.
O relato de Elaine, de achar que tem parte da culpa no caso, é comum entre vítimas de agressões - muitas desistem de prestar queixa. A polícia apela que todas as mulheres que sofreram ou sofrem agressões denunciem e tomem precauções na hora de marcar encontros pela internet.
“Mesmo com conversas há meses nesse âmbito virtual, esse primeiro encontro deve ser em locais públicos. Comunique algum amigo ou familiar desse encontro que vai acontecer e para manter um ponto de contato e preservar vidas”, destacou a delegada Juliana Emerick, diretora das delegacias de atendimento à mulher no RJ.