Um morador de Diamantino (203 km de Cuiabá), identificado como Jovenil Antônio dos Santos, de 53 anos, registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil, nesta terça-feira (21), denunciando dois policiais militares por peculato. Momentos antes de confeccionar o documento, ele, por conta própria, deu voz de prisão aos militares, sob a alegação de que eles estavam há mais de uma hora lanchando e não apresentaram a nota do alimento.

O vídeo foi postado nas redes sociais e repercutiu até mesmo pelo ex-comandante da Polícia Militar, coronel Alexandre Mendes, que saiu em defesa dos companheiros de farda. "O senso do ridículo. É de se lamentar ver condutas como desse cidadão que, absurdamente, dá voz de prisão a uma guarnição policial.

Primeiro, porque são profissionais no exercício da função com boa-fé e poder segundo a lei, dispondo a vida para proteger. Será muito conceder o benefício da dúvida, em matéria de legalidade, a dois pms fazendo um lanche? Pressupor “peculato” soa, assim, afrontoso", escreveu o ex-comandante.

No vídeo, o morador se aproxima dos policiais já apontando o celular e perguntando sobre a nota do lanche. "Eu quero ver a nota do lanche que vocês estavam comendo lá dentro. Tem quase uma hora que estou aqui. Isso é troca?", questiona o homem. O cabo que aparece à frente nas imagens disse que não entregaria a nota. Ele então fica revoltado. "Eu vou dar a voz de prisão para o senhor em nome da lei por peculato", dizia o homem de forma cada vez mais inflamada.

Os militares não respondem mais às acusações e entram na viatura. O cabo chega a perguntar se o cidadão não quer ir na viatura com eles. O homem responde que não sugerindo que era para eles irem em outro veículo. Jovenil, ainda revoltado, afirma que os dois estão fugindo.

No boletim de ocorrência, ele diz à Polícia Civil que presenciou a viatura da Polícia Militar estacionada por mais de uma hora em um supermercado do centro de Diamantino. Ele relata que os policiais consumiram produtos no local, além de permanecerem por tempo excessivo ali, e que a situação não era habitual, dando voz de prisão aos dois. O caso se encontra sob investigação na Polícia Civil.

Oficialmente, a Polícia Militar ainda não se posicionou sobre o vídeo.

Fonte: Com Folha Max